São simples, mas eu adoro estes versos!
Abraços!
(Daniel Kirjner)Abraços!
a mão humana o sexo,
em esturpo assistido.
Gestou
por nove meses, a escrava
do leite que é vendido.
Nasceu
por entre vidas em série,
condenadas ao deszelo.
Comeu,
sem sugar seio de mãe,
o anêmico Vitelo.
Engordou
forçadamente entupido
de líquido amido.
Viveu
preso em fétido cárcere,
nem longo, nem comprido.
Moveu
tão pouco as frágeis juntas
que seu corpo amoleceu.
Chorou
a falta de amor no rosto
distorcido pelo breu.
Persisitiu
sofrendo vários meses
de tortura, o bebê.
Existiu
por entre penas duras,
e esqueceu de adormecer.
Morreu
fendido pela lâmina sangrada,
do carrasco de ofício.
Esfolou,
sem dó, seu corpo,
a mão febril do genocídio.
Pesou
aquele cádaver infantil
o executor pecuarista.
Vendeu
a vida a preço barato,
em usura atacadista.
Correu
estradas o caminhão,
refrigerado pela morte.
Chegou,
enfim, na capital,
aquele triste e vil transporte.
Pendurou
seu corpo inerte
entre ganchos, o açogueiro.
Entregou
a um cozinheiro
por migalhas de dinheiro.
Cozinhou
o pequeno corpo,
assassinado em sofrimento.
Serviu
a alguns humanos
em dia de casamento.
Aconteceu
que não foi este
o único fim de sua morte.
Partilhou
com vários corpos
o ardil de outra sorte.
Condensou
o fabricante de lingüiça
todo mal.
Serviu
como iguaria
em um bar medieval.
Houve
jamais quem nomeasse,
quando vivia, tal bezerro.
Fez
o Homem de um prato de comida
seu enterro.
Transformou,
sem piedade, os pequenos
em estrela.
Devorou
restos de meninos,
ou Linguiça de Vitela.
6 comentários:
Parabéns cara, muito bom o texto!
Vontade de me vestir de bardo e ir no tal bar medieval cantar esses versos! hehehe...
Abraços!
"Parabéns cara, muito bom o texto!
Vontade de me vestir de bardo e ir no tal bar medieval cantar esses versos!"
Com certeza...
Só aceito você dizer que são simples porque ser verdadeiramente simples é geralmente sinônimo de algo muito bom.
fiquei impressionado.
excelente!
excelente!!!!!!!
Muito bom mano!
Triste fim dos vitelos, todos os dias...
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